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Foto do escritorMarcos Vinícius de Lima

Passivhaus: A casa modelo

Atualizado: 12 de abr. de 2022

A metodologia para obter uma edificação com alto desempenho energético “Passivhaus” refere-se a um padrão de construção de baixo consumo de energia, desenvolvido no ano de 1988, na Alemanha, por Bo Adamson e Wolfgang Feist. O standard Passive House é reconhecido internacionalmente por ser a base para edificações NZEB (Nearly Zero Energy Building) exigidas na União Europeia, seguindo cinco princípios:


🌡Elevado isolamento térmico do envelope da edificação;

☁️ Esquadrias eficientes;

⚡Ventilação mecânica com recuperador de calor;

💦 Estanqueidade;

🧱 Redução de pontes térmicas.


Atualmente, estima-se que existem mais de 30 mil edificações Passive House construídas no mundo, sendo que a maior parte se encontra na Alemanha, Áustria e Suíça, recentemente países subtropicais como Coréia do Sul e Nova Zelândia estão adotando a normativa em novas edificações (WASSOUF, 2014).


As edificações Passivhaus com consumo energético muito baixo se caracterizam por isolamento térmico muito alto, estanqueidade do ar muito elevada e ventilação controlada com recuperação de calor. A norma não exige materiais específicos mas exige uma transmitância muito baixa. Um edifício pode ser construído com estrutura leve ou pesada, de madeira ou com isolante térmico de lã de ovelha. A norma também não avalia a energia embutida nos materiais de construção envolvidos. Segundo a Passivhaus, o investimento deve ser o mais baixo possível, de modo que a exigência em determinados materiais colocaria em risco o investimento econômico.


Um dos sistemas ainda pouco conhecidos no Brasil é a ventilação controlada de fluxo duplo com recuperação de calor. Ela parte da ventilação híbrida adicionando ao sistema controlado de exaustão um segundo sistema de entrada de ar. Sua vantagem é poder incluir um recuperador de calor, que passa a energia do ar que sai ao fluxo do ar que entra. Essa é uma regra Passivhaus para climas frios e cabe estudar se esse sistema com recuperação de calor é necessário em climas mais quentes, do ponto de vista energético e econômico.


Experiência Brasileira


A “Casa Passiva Modelo” , localizada no Centro de Educação e Tecnologias SENAI Flávio Azevedo, na Zona Norte de Natal, será usada como laboratório e ambiente para cursos dentro da parceria entre o Sistema FIERN e o Governo Alemão.


A Edificação possui 80 m² de área construída. Será também um ambiente onde os empresários da construção civil alemã e brasileira, poderão tratar de negócios. Foi inaugurada em 23 de julho de 2018 sendo a primeira Casa Passiva do Brasil a ser certificada pelo Instituto de Casa Passiva da Alemanha. Possui cobertura feita de maneira convencional (estrutura em madeira com telhas cerâmicas).


Quanto ao investimento, o valor total estimado é de R$ 296.815,000 (Aproximadamente: R$ 3.710,19 / m²), considerando os valores de importação (Euro) na data da construção.


Objetivos da edificação piloto:

  • Qualificação da mão de obra brasileira na construção e reforma de edificações com eficiência energética;

  • Qualificação de Arquitetos e Engenheiros para planejar edificações com eficiência energética;

  • Transferência de tecnologia na forma de novos materiais e métodos construtivos, visando o desenvolvimento da indústria local, em parceria com empresas alemãs.


As edificações passivas podem se adaptar a climas quentes, mas isso exige muito estudo preliminar e muitas simulações para não aquecer demais os ambientes. Já existe uma associação na América Latina adaptando as estratégias para a realidade climática e cultural dos países tropicais.


Ficou com dúvidas sobre o assunto? Comente e compartilhe com a gente. Até a próxima!

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