As cidades inteligentes fazem uso intensivo da tecnologia para melhorar a qualidade de vida das pessoas, a partir de dados produzidos pelos próprios cidadãos, e envolvem diversos setores, inclusive o de iluminação.
De acordo com Plinio Godoy, Urban & Technology Designer na CityLights Urban Solutions e Light Designer responsável pela iluminação da Avenida Paulista, a qualidade da luz é um fator essencial para o dia a dia das pessoas e um sistema de iluminação inteligente garante bons resultados.
“Espaços bem iluminados permitem que as pessoas os utilizem com maior segurança e com a iluminação inteligente, o caminho para oferecer luz de qualidade é mais facilitado, já que pode permitir a captação de dados para melhor gestão do parque instalado e uma leitura real do consumo energético”, afirma o especialista.
“Neste cenário, temos os sistemas conectados, que estão relacionados com a telegestão com a característica do acesso remoto por um centro de controle operacional. Como exemplo de um sistema que é chamado de desconectado, temos a dimerização de lâmpadas. O dimmer é um dispositivo eletroeletrônico que controla a intensidade da luz em um ambiente, o que pode resultar na economia de energia”, complementa Plinio.
Segundo Pedro Iacovino, Diretor e Presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Iluminação Pública (ABCIP), a relação de iluminação pública inteligente com sustentabilidade é direta. Logo, isso traz benefícios para o meio ambiente e para as cidades.
“A iluminação inteligente está muito relacionada com o controle online de funcionalidades, o que garante, principalmente, um ganho de 20 a 30% no consumo de energia. Afinal, já é possível em alguns horários do dia, por exemplo, reduzir a iluminação nas principais vias da cidade. Consequentemente, isso também impacta na diminuição das emissões de carbono. Logo, com a iluminação inteligente, atingimos o tripé de benefícios ambientais, sociais e econômicos”, afirma Pedro.
Para Pedro, “o caminho a seguir é o do planejamento, do olhar no longo prazo e o da reflexão sobre as necessidades do cidadão. Infelizmente, há uma lacuna educacional que ainda precisa ser tratada, então é importantíssimo que profissionais do setor acessem programas de formação e capacitação continuadamente, para assim, estarem prontos para abraçar a iluminação inteligente”. Assim como Pedro, Plínio também compartilha a ideia de que as vantagens do sistema ainda precisam ser melhor compreendidas. Afinal, a adesão de uma tecnologia deve ser baseada no valor agregado. “Vejo grandes oportunidades para que nossos governantes, percebendo o potencial do sistema, invistam na adequação das estruturas municipais. Precisamos de um planejamento baseado na análise e desenvolvimento de soluções integradas e que, assim, sejam entregues os resultados esperados”, explica.
Casas inteligentes - Smart Homes
A necessidade de mais conhecimento por parte dos profissionais do setor e da população acerca da iluminação inteligente também está relacionada com as residências. De acordo com José Roberto Muratori, Fundador e atual Diretor Executivo da Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial (AURESIDE), apesar das vantagens garantidas, o sistema ainda precisa ser mais explorado no país.
“O Brasil ainda tem um número menor de residências com sistemas inteligentes em comparação com países como Estados Unidos, o que inclui a iluminação. Além dos moradores, todos os influenciadores, como arquitetos, designers e construtores precisam ser mais informados a respeito, de forma clara e simples”, diz José Roberto.
Segundo o Diretor Executivo da AURESIDE, um projeto de iluminação inteligente em lares deve contemplar a possibilidade de controle tanto da luz artificial como da natural de modo intuitivo pelos moradores. E tudo isso sem a necessidade deles se deslocarem pelos ambientes ou até mesmo de estarem em casa. A facilidade de uso, a eficiência energética e o conforto são os principais benefícios do sistema.
“Por meio de smartphones e até mesmo comando de voz, é possível criar determinados cenários. Além disso, é possível regular a intensidade luminosa de cada ambiente da casa. Isto tem relação com conforto, já que é possível adequar a luz para diferentes situações e resulta em maior eficiência energética”, explica.
Para José Roberto, a intensificação do uso da casa traz uma crescente percepção de torná-la não apenas um ambiente agradável, como também produtivo e eficiente. Isso acontece principalmente com a chegada da pandemia.
“A iluminação é capaz de impactar tanto positivamente como negativamente no bem-estar das pessoas, e elas estão mais conscientes. Além disso, a tendência de utilizarmos sistemas dimensionados e mais fáceis de operar é notável. A adequação dos custos de tecnologia devem viabilizar uma adoção crescente nos próximos anos”, finaliza.
As inovações tecnológicas estão tornando a vida mais conectada e os sistemas inteligentes fazem parte disso. Automação de tarefas, maior controle de gadgets e novas relações de consumo energético estão nascendo e nossas casas tem sido o cenário que abria muitas dessas inovações. Como o estilo de morar está se transformando? Sua casa está ficando mais inteligente e sua rotina tem ficado mais otimizada? Conta pra gente nos comentários.
Texto adaptado de: Empolux.
Comments