Manter uma obra sem alterações significativas entre projeto e execução é um dos maiores desafios de arquitetos e engenheiros.
Já é uma prática rotineira na vida de arquitetos e engenheiros explicar para clientes que o custo final da obra sofre variações no decorrer da execução em função do mercado, das variações de insumos, do valor dinâmico da mão de obra e das alterações de projeto que acontecem no decorrer da obra. E nesse momento o cliente pergunta, "alterações de projeto? Eu já estou contratando arquiteto, engenheiro estrutural, engenheiro de sistemas, construtora, e ainda assim haverão alterações durante a obra?"
Uma pesquisa no nosso perfil do instagram (ainda não segue a gente? clique aqui) revelou que 100% dos profissionais já viram algumas dessas interferências das fotos em obras.
Isso acarreta insegurança, atrasos, prejuízos e muito retrabalho.
No atual cenário da maioria das obras que encontramos no mercado, as necessidade de alterações de projeto são aceitas como uma realidade, mas com toda a tecnologia a nosso alcance, será mesmo que não podemos simplesmente projetar de modo que, ao menos, o nível de incerteza seja pequeno?
A resposta é que sim!
O setor da construção civil finalmente chegou em um estágio de evolução tecnológica que projetistas podem usufruir de metodologias e ferramentas de design que permitem antecipar eventos e construir virtualmente uma obra, possibilitando a visualização de pontos de interferência entre os sistemas e assim, pensar em soluções antes mesmo do pedreiro concretar as vigas.
Para Campestrini (2015), ao utilizar os softwares do sistema BIM como um programa para elaboração de projetos, os custos de execução apresentam uma redução aproximada de 2% a 5% do valor da obra se esta for completamente compatibilizada antes de sua execução. E no momento em que o sistema BIM for utilizado como mudança de processos de projeto, as reduções de custos podem chegar a dez vezes (10x!) mais, porém é necessária uma mudança cultural e de hábitos de profissionais para ser estimulado o uso da metodologia.
E quando falamos em retrabalho, normalmente esses custos não são contabilizados. Para Josephson (2002), os retrabalhos são resultantes de diversos fatores, como projetos inadequados, falta de compatibilização, mão de obra inadequada e alterações do projeto solicitado por clientes. Nesse contexto, o índice de retrabalho em uma obra ocasionado pela falta de compatibilização pode atingir até 26% das perdas. Inclusive quando o cliente solicita alterações no decorrer da obra, você deve se perguntar, será que ele havia entendido o projeto quando aprovou? Isso demonstra como uma metodologia de projeto completa que apresenta todos os detalhes também faz diferença na hora da execução.
Nesse quesito, a colaboração nos processos de elaboração de projeto não reduz seu tempo, porém garante um melhor aproveitamento e detalhamento, permitindo até a participação de fornecedores e fabricantes para apresentar inovações e novas tecnologias para a construção, visto que o modelo virtual gerado pelo BIM permite construir detalhadamente uma grande variedade de matérias e recursos.
Em estudos de mercado para obras residenciais percebemos que os projetos arquitetônicos e estruturais são os primeiros a serem compatibilizados, pois existem alterações significativas na estrutura em função de dimensionamentos de vãos, elementos e posicionamentos. Porém, os demais projetos ficam a cargo da construtora, principalmente projetos de energia, redes e telecomunicações, hidrossanitários e climatização. Essa falta de compatibilização gera diversas interferências que serão resolvidas com alterações e quebra de elementos durante a obra.
Dados de campo demonstram que os custos envolvidos em retrabalho de projetistas, engenheiros, pedreiros, instaladores, serventes, horas de equipamentos e materiais de construção chegam na ordem de 2,34% do custo total em uma obra residencial finalizada, uma média de R$ 35,00/m² de projeto!
Em uma obra de R$ 1.200.000,00 você gastaria em média R$ 28.000,00 a mais apenas por não compatibilizar corretamente todos os projetos envolvidos. Um serviço de mais de 820 horas de profissionais envolvidos no total.
Esses dados demonstram que a realidade da compatibilização de projetos torna-se cada vez mais necessária, elevando a qualidade dos processos executivos na construção civil e valorizando o trabalho do profissional da arquitetura e engenharia.
Aqui na LABZEB somos especialistas em projetar com metodologia BIM e auxiliamos projetistas a utilizarem as vantagens do BIM em seus projetos!
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Fontes:
CAMPESTRINI, Tiago Francisco et al. Entendendo BIM. Curitiba, PR, 2015.
JOSEPHSON, P. E.; LARSSON, B.; LI, H. Illustrative benchmarking rework and rework costs in Swedish construction industry. Journal of Management in Engineering, v. 18, n. 2, p. 76-83, 2002.
KAHL, Fernando et al. USO DA FERRAMENTA BIM PARA REDUZIR INCOMPATIBILIDADES NA EXECUÇÃO DE OBRA EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ – ESTUDO DE CASO. Revista da UNISOCIESC.
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