Um projeto arquitetônico eficiente não é aquele que coloca no morador a responsabilidade de uso racional de energia. A responsabilidade por um bom projeto é do arquiteto ainda na concepção do projeto, que deverá proporcionar as condições favoráveis a baixa necessidade de energia elétrica para suprir conforto e qualidade de vida.
Com esse entendimento, e a baixa qualificação arquitetônica no Brasil, o Governo Federal em conjunto com o Governo da Alemanha, desenvolveram o projeto de pesquisa e cooperação tecnológica “Análise de custo/benefício de parâmetros de eficiência energética em HIS”, coordenado pelo LabEEE com apoio da GIZ e da Secretaria Nacional de Habitação (SNH).
Considerando a habitação social, o custo-benefício das estratégias de eficiência energética torna-se crítico. No Brasil, seguindo a tendência mundial, o setor residencial tem o maior consumo de energia entre as edificações, representando 10,9% da energia primária e 26,4% do consumo de eletricidade, o maior dentro do setor de edificações. A habitação social é essencial neste setor, especialmente como resposta ao déficit habitacional, estimado em aproximadamente 5,8 milhões de domicílios.
A vinculação do programa habitacional governamental à norma de desempenho NBR 15575 é considerada um avanço para a combinação quantitativa do desempenho dos projetos propostos no setor, no entanto, os requisitos mínimos de desempenho não garantem um bom conforto térmico para os usuários. Historicamente, as habitações sociais no Brasil têm sido construídas em geral devido ao seu menor custo inicial em vez do seu comportamento no ciclo de vida ou conforto para os usuários, resultando geralmente em projetos com baixo desempenho térmico e energético, o que leva ao uso futuro de condicionamento artificial nessas habitações.
Foram definidas para as análises três tipologias consideradas como representativas do setor de habitação de interesse social na faixa de menor renda, sendo elas, casa unifamiliar, casa geminada e edifício multifamiliar em H.
Os resultados obtidos neste projeto a partir dos casos otimizados em função do melhor desempenho, menor custo no ciclo de vida com menor custo inicial e operacional foram compilados na forma de cartilhas informativas.
Vamos apresentar aqui os resultados nas imagens a seguir.
As diretrizes para projetos da tipologia de casa unifamiliar (ZB2)
Quando analisamos a nossa zona bioclimática (ZB2) podemos ver alguns detalhes. O pé direito mínimo deve ser de 2,50m, a transmitância térmica das coberturas deve ser de máximo de 0,60 W/m2K, enquanto a transmitância térmica das paredes deve ser menor ou igual a 1,10 W/m2K com capacidade térmica maior ou igual a 130 kJ/m2K. A absortância máxima para paredes e coberturas deve ser de 0,60 (cores médias), exceção feita às coberturas em telha de barro não vitrificada. Para esquadrias podem ter Pt,APP mínimo de 17% ou 23%. Contudo, o critério mínimo deve ser de esquadrias com Pt,APP de 17% com sombreamento nos dormitórios e fator de ventilação mínimo de 45% (ex. tipo correr).
As diretrizes para projetos da tipologia geminada (ZB2)
O pé direito mínimo é de 2,50m, a transmitância térmica das coberturas deve ser máxima de 0,60 W/m2K, enquanto a transmitância térmica das paredes deve ser menor ou igual a 1,10 W/m2K com capacidade térmica maior ou igual a 130 kJ/m2K. A absortância máxima para paredes e coberturas deve ser de 0,60 (cores médias), exceção às coberturas em telha de barro não vitrificada. Para a tipologia de casa geminada, as esquadrias devem ter limites mínimos com Pt,APP de 17%, possuir sombreamento ao menos nos dormitórios com fator de ventilação mínimo de 45% (ex. janela de correr).
As diretrizes para projetos da tipologia multifamiliar (ZB2)
No caso de edificações multifamiliares, ou seja, prédios de apartamentos, o pé direito mínimo é de 2,50m. Para as coberturas a transmitância térmica máxima deve ser de 0,70 W/m2K. As paredes devem ter transmitância térmica menor ou igual a 1,10 W/m2K e capacidade térmica igual ou superior a 130 kJ/m2K e, para paredes com capacidade térmica maior ou igual a 30 kJ/m2K, a transmitância térmica deve ser menor ou igual a 0,70 W/m2K. A absortância solar máxima para paredes e coberturas deve ser de 0,60 (cores médias), inclui-se a telha de barro não vitrificada. O percentual de elementos transparentes (Pt,APP) pode ser mínimo de 17% com sombreamento para todos os ambientes de longa permanência (dormitórios e sala) e fator de ventilação mínimo de 45% (ex. janela de correr), ou (Pt,APP) de 23% com fator de ventilação de 45% e nesse caso, o sombreamento pode ser somente nos dormitórios.
Em todos os casos, o uso de material isolante (EPS) é recomendado nas fachadas externas para manter um nível de isolamento alto. Os valores recomendados de transmitância são bem abaixo dos valores atualmente encontrados no mercado para paredes externas e coberturas.
Para conhecer mais sobre o trabalho de pesquisa, você pode acessar o link: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S037877882300484X?via%3Dihub
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