Criar estratégias para valorizar e reter talentos nas organizações tem sido um dos aspectos da gestão corporativa e projetos inovadores e confortáveis fazem parte do planejamento.
Os espaços corporativos contemporâneos não são mais apenas funcionais mas estão relacionados às sensações que transmitem. Uma sala de reuniões, por exemplo, não é apenas uma sala que possibilita um encontro, mas precisa promover interações inspiradoras entre as pessoas. Esse novo modo de sentir os espaços cria ambientes que podem ser multiuso e com menor percepção de hierarquia. Os chamados open spaces se conectam a essa tendência, refletindo a cultura das organizações que privilegiam o contato direto entre diretorias e funcionários.
A grande aposta das empresas para diminuir o home office e ampliar as horas de trabalho presencial está no argumento de que os funcionários são mais criativos e produzem mais quando estão se relacionando com outros colegas. Nesses novos espaços pós pandemia evitam-se o isolamento das pessoas e criam-se áreas de convivência que incentivam os funcionários a encontros casuais e interações.
Hoje em dia qualquer ambiente pode se tornar um local de trabalho. A tecnologia de smartphones e notebooks permite uma dinâmica maior no uso dos espaços. É possível trabalhar em mesas altas, baixas, em salas abertas, áreas internas e externas, o que faz com que os projetos para ambientes corporativos sejam flexíveis e proporcionem conforto em todos os ambientes para o colaborador.
Conforto ambiental
Independente da necessidade e da cultura de cada empresa, os espaços de trabalho devem ser corretamente dimensionados para prover circulações confortáveis, mobiliários ergonômicos, iluminação adequada a cada atividade e isolamento térmico e acústico.
O nível de iluminação de cada ambiente deve atender aos padrões mínimos para espaços de trabalho, (500 lux para cada mesa), é possível individualizar a iluminação com luminárias de mesa, por exemplo, deixando o sistema mais eficiente. A iluminação geral do ambiente não precisa ser homogênea, permitindo a criação de espaços mais aconchegantes e eficiência na utilização de equipamentos.
Em nosso projeto para um edifício corporativo utilizamos simulação computacional para averiguar o nível de iluminância dos ambientes internos e verificar se os brises externos estavam funcionando corretamente.
Conforme a imagem abaixo, no exterior temos iluminação natural acima de 1500 lux, enquanto nos ambientes internos temos níveis entre 300 e 600 lux, onde a iluminação natural é permitida mas de forma controlada, mantendo o conforto térmico, visual e economia de energia elétrica.
Simulação computacional de níveis de iluminância de projeto corporativo. Projeto autoral.
A luz natural é sempre desejada em qualquer projeto, por isso o ideal é setorizar as áreas de trabalho com prioridade para as vistas e a disponibilidade de iluminação natural conforme as aberturas do edifício. Vale ressaltar que a luz solar direta pode ser prejudicial dependendo da orientação das aberturas e da incidência em determinados períodos do dia, podendo ocasionar reflexos e até mesmo superaquecimento do ambiente.
Dependendo da orientação da edificação, é possível prever brises integrados ao projeto de acordo com a insolação, permitindo insolação e sombreamento de acordo com a atividade em cada ambiente, o período de uso e a época do ano. Áreas comuns de descompressão e corredores podem permitir maior acesso a luz natural e vistas, já áreas de trabalho que exigem concentração precisam de maior controle.
Algumas atividades específicas podem exigir a visualização de telas com máximo contraste, estúdios de gravação e edição de vídeos e imagens, por exemplo. Nestes ambientes o ideal é ajustar uma iluminação natural com possibilidade de controle e uma iluminação artificial dimerizável.
Imagens da sede da Hotmart, em Belo Horizonte. Projeto: Óbvio.
A startup Hotmart (acima) é um exemplo dessa organização espacial. Projetada pelo escritório "Óbvio", na cidade de Belo Horizonte, o projeto privilegia a iluminação natural em locais de encontro e interação, e procura maior controle solar e apoio de iluminação artificial nas estações de trabalho.
Ruídos em foco
Em espaços compartilhados um detalhe que só é percebido após a conclusão do projeto é o nível de ruído que o ambiente vai gerar por computadores, conversas, trânsito de pessoas, equipamentos e etc. O ruído é uma das causas de desconforto e põe em risco a saúde dos colaboradores. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) o organismo humano responde aos ruídos mesmo quando está dormindo. Não é a toa que a Norma de Desempenho preconiza isolamento de ruído aéreo e de impacto. O nível mínimo exigido pela norma não garante conforto, o ideal seria atingir o nível superior de desempenho, usando, por exemplo, piso flutuante.
Em ambientes integrados é fundamental prever elementos de absorção sonora para evitar propagação de ruídos indesejados. Salas de reuniões devem prever uso de isolamento nas divisórias de drywall e esquadrias que sejam eficientes para isolamento, pois além de garantir que ruídos externos não atrapalhem a reunião, também produz um ambiente com discrição e segurança. É preciso entender a dinâmica de cada ambiente e produzir um ambiente agradável. Alguns locais abertos que ficam em contato direto com o telhado de zinco, por exemplo, se tornam impossíveis de trabalhar em dias de chuva, pois o nível de ruído pode prejudicar a comunicação entre colaboradores.
Eficiência energética significa mais conforto com economia de energia elétrica
Como a maioria dos edifícios corporativos não conta com elementos externos de controle solar, ou com persianas externas instaladas junto a esquadria, a alternativa é utilizar cortinas e persianas internas integradas para garantir controle e aproveitamento da iluminação natural. Algumas tecnologias economizadoras já estão integradas a rotina dos projetistas, como a iluminação de LED e equipamentos de climatização "Classe A" em eficiência energética.
A automação da iluminação artificial é uma aliada da eficiência energética. Em um sistema inteligente vamos ter os seguintes equipamentos (1) Sensor de presença (2) Sensor de luminosidade (3) Lâmpadas (4) Touch display.
Por meio dos sensores de presença é possível garantir que quando não há ninguém dentro do ambiente, a iluminação seja desligada. Por meio do sensor de luminosidade próximo às aberturas é possível dimerizar a iluminação artificial conforme o nível de luminância desejado, ou seja, a luz artificial vai aumentando gradativamente e compensando a falta de luz natural, economizando energia. Este sistema fica ainda mais completo se for complementar a uma automação de persianas que podem regular a entrada de luz natural.
Da mesma forma, com o uso de sensores, é possível automatizar o controle de temperatura e ventilação natural. As medições de temperatura de cada ambiente podem ser gravadas e enviadas aos atuadores para que seja gerado um ambiente confortável com otimização da temperatura e da qualidade do ar. O sistema pode ser composto por (1) Fan coil (2) Sensor (3) Eletroválvula (4) Termostato.
A monitoração de janelas (aberta/fechada) faz com que o sistema de resfriamento ou aquecimento seja desligado automaticamente quando a janela é aberta. Sistemas mais complexos podem ainda adaptar o controle de temperatura interna e ventilação com as condições climáticas externas e com a agenda dos usuários, fazendo com que a ventilação natural seja privilegiada em dias agradáveis ou que o ambiente recomende melhores alternativas para economizar energia.
Aqui na LABZEB somos especialistas em projetar com metodologias de simulação que garantem maior eficiência energética e conforto ambiental. Auxiliamos projetistas a utilizarem as vantagens da simulação computacional em seus projetos também!
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