Você sente frio no inverno e calor no verão dentro da sua casa?
A consideração mais importante sobre qualidade ambiental de um edifício é o conforto térmico, que é definido pela ASHRAE (2009), American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers, como o "estado de espírito que expressa satisfação com o ambiente térmico".
O conforto térmico contribui para o bem-estar em razão de sua ligação com o equilíbrio termofisiológico do corpo humano. Especificamente, ele representa a interação de variáveis ambientais (temperatura do ar, temperatura radiante média, umidade e velocidade do ar) com variáveis pessoais do ocupante (taxa metabólica e vestuário). Além disso, fisiologia humana, aspectos climáticos e culturais também têm influência sobre o conforto térmico e, assim, condições confortáveis irão variar de pessoa para pessoa, conforme suas experiências e preferências ambientais, e de acordo com a hora do dia.
Avaliar o nível de conforto térmico é fundamental para o estabelecimento de padrões de desempenho ambiental e energético de edifícios. Essa avaliação não requer apenas compreender o que o corpo humano pode suportar, mas também até que ponto as pessoas estão dispostas a fazer mudanças comportamentais. Isso afeta a maneira como o usuário interage com seu ambiente, por exemplo, a escolha de fechar persianas e limitar a penetração de raios solares em determinados momentos do dia, em vez de ligar o ar-condicionado; colocar um agasalho quando a temperatura externa diminui, em vez de ligar uma fonte de aquecimento; ou ainda preferir se deslocar, na busca de melhores condições de conforto no ambiente.
Em resumo, edifícios de menor impacto ambiental exigem um envolvimento mais proativo entre ocupante, edifício e ambiente, o que reflete o número de técnicas com soluções passivas e ativas. Nesse contexto, tem-se o conceito de conforto adaptativo. Grandes economias de energia, além de uma melhor qualidade ambiental, podem ser alcançadas com as práticas de adaptação ao ambiente. Contudo, é importante reconhecer que será necessária uma mudança de consciência e de comportamento nas atitudes e práticas diárias dos consumidores e ocupantes de edificações quanto dos projetistas.
Trabalhamos com o viés do conforto adaptativo através da simulação computacional, visando simular as estratégias de arquitetura que produzem maior percentual de horas de conforto anual nos ambientes da edificação.
Através de pesquisas para a região Sul do Brasil, obtemos um diagnóstico de uma edificação de 80 metros quadrados para uma família de 4 pessoas. O percentual de horas de frio é predominante na maior parte do ano, conforme o gráfico abaixo. Dificilmente os usuários passam calor na edificação, o que é normal na região Sul.
A mesma edificação após ser submetida a uma análise de projeto arquitetônico, alteração de materiais de parede e cobertura e correta orientação solar apresentou um percentual de conforto muito maior, chegando a superar 70% do ano em conforto. Além disso, zerou o período em desconforto por calor.
A metodologia de análise de conforto adaptativo empregada na etapa de projeto arquitetônico garante um excelente nível de conforto térmico na edificação após sua construção, além de demonstrar quais estratégias são mais adequadas a cada cidade.
Quer saber mais sobre conforto adaptativo e como sua casa ou escritório pode ser mais eficiente? Deixe seu comentário.
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