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Foto do escritorMarcos Vinícius de Lima

Campanha #AmbiçãoClimática

A campanha #AmbiçãoClimática é promovida pela ONU através das redes sociais @ONUBrasil e discutido com a sociedade durante a COP 28.





Os dados da Organização Meteorológica Mundial, sediada em Genebra, demonstram que Julho de 2023 foi o mês mais quente já registrado. A última década tem demonstrado que a temperatura segue em elevação recorde, tanto na temperatura do ar quanto da temperatura dos oceanos. Como consequências, as secas, inundações e ondas de calor afetam um número cada vez maior de pessoas no mundo todo.



Temperatura global diária do ar na superfície (°C) de 1º de janeiro de 1940 a 23 de julho de 2023, plotada como séries temporais para cada ano. 2023 e 2016 são mostrados com linhas grossas sombreadas em vermelho brilhante e vermelho escuro, respectivamente. Os demais anos são mostrados com linhas de acordo com a década, do azul (década de 1940) ao vermelho tijolo (década de 2020). Dados: ERA5. Crédito: C3S/ECMWF.


Esse aumento de temperatura reflete transformações a longo prazo nos padrões climáticos do planeta Terra. As atividades humanas têm sido o principal fator impulsionador e acelerador da mudança climática pós revolução industrial. Energia, indústria, transporte, edificações, agricultura e uso da terra estão entre os principais emissores de gases de efeito estufa.


Muitas pessoas pensam que a mudança climática significa apenas temperaturas mais altas, ou seja, verão mais quente e, quem sabe um inverno menos rigoroso, nada que um ar-condicionado não resolva.


Mas o aumento da temperatura é apenas o começo da história. Como a Terra é um sistema, sentimos influência direta na nossa saúde, cultivo de alimentos, mudanças nas habitações, segurança e trabalho. Suas consequências incluem:



Apesar de algumas fontes isoladas divulgarem falsas informações alegando que a atividade humana não tem nenhum potencial destrutivo, os dados científicos das últimas décadas são claros em demonstrar a relação direta entre o aumento repentino de emissões de gases de efeito estufa (GEE) por atividades humanas, o aumento da temperatura e as consequências drásticas que se tornaram rotina.


As emissões que causam a mudança climática vêm de todas as partes do mundo e afetam a todos, não podemos imaginar países (ou cidades) como sistemas isolados, mas alguns países produzem muito mais poluição do que outros, gerando uma forte desigualdade climática, onde os países em desenvolvimento são altamente afetados e possuem maior fragilidade para lidar com eventos catastróficos.


Conforme relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) os desastres naturais relacionados ao clima estão atingindo especialmente as pessoas mais vulneráveis e os ecossistemas mais frágeis, como os manguezais, áreas costeiras e semidesérticas. A temperatura média mundial já subiu 1,1 °C acima dos níveis pré-industriais, e analistas concordaram que limitar o aumento da temperatura global a não mais que 1,5 °C ajudaria a evitar os piores impactos climáticos e a manter um clima habitável. No entanto, com base na situação atual, o aquecimento global pode atingir cerca de 3,2 °C até o final do século, colocando em grande risco a sobrevivência. Engana-se quem acha que isso é problema apenas das futuras gerações, pois dia a dia as atuais gerações enfrentam a instabilidade e as crises climáticas já afetam seu modo de vida.


Países em desenvolvimento, como o Brasil, possuem fragilidade climática, forte dependência econômica de atividades agrícolas e pecuárias que ficam expostas a eventos climáticos sazonais, cidades sem planejamento, ciclones e inundações causando mortes prematuras. Sistema energético dependente de regime hídrico, escoamento de produção dependente de rios, pontes e estradas. O Brasil paga a energia elétrica residencial média mais cara do mundo. A conta vai ficar cada dia mais cara e não vai garantir que o problema seja solucionado.


Enquanto uma coalizão crescente de países está se comprometendo com emissões líquidas zero até 2050, metade das ações devem estar em vigor até 2030 para manter o aquecimento abaixo de 1,5 °C. A produção de combustíveis fósseis deve diminuir cerca de 6 por cento ao ano entre 2020 e 2030. E essas ações, como já mencionamos, não devem ser ações das futuras gerações, elas já impactam todos nós.



Chega de desculpas. Chega de esperar que os outros se movam primeiro. Simplesmente não há mais tempo para isso. Ainda é possível limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius e evitar o pior da mudança climática. Mas somente com ações climáticas drásticas e imediatas.”


António Guterres, secretário-geral da ONU, durante a coletiva de imprensa sobre o clima.



Os próximos passos


NET-ZERO


Net-zero significa reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) chegando perto de zero. Para limitar o aquecimento global em não mais que 1,5°C, como previsto no Acordo de Paris, as emissões precisam ser reduzidas em 45% até 2030 e chegar a emissões líquidas zero até 2050.


Caminhar para um mundo net-zero é um dos maiores desafios que a humanidade já enfrentou. Isso exige uma transformação completa na forma como produzimos, consumimos, moramos e nos movimentamos. Todos os setores da economia são afetados e devem transformar suas atividades.


O setor de energia é a fonte de cerca de 75% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) hoje no mundo e é fundamental substituir fontes de energia poluentes, como carvão, gás e petróleo, por energia de fontes renováveis, como vento ou solar. Apesar de não ser comum no Brasil, países europeus utilizam gás canalizado para aquecimento residencial, por exemplo, e a China utilizou por muitos anos o carvão como principal fonte energética.


Recentemente, o governo brasileiro retrocedeu em suas políticas de futuro, devendo expandir até 2050 contratos de produção de energia termoelétrica para diminuir a dependência da energia hidrelétrica, principalmente em épocas de seca, a base da queima de carvão.





Nesse cenário, as edificações também estão inseridas. Somente no Brasil as edificações são responsáveis por 52% do consumo de energia elétrica, das quais 50% somente nas edificações residenciais. E o pior, conforme a Pesquisa de Posse e Hábitos de Uso de Equipamentos Elétricos na Classe Residencial (ELETROBRAS), dentro do consumo de energia elétrica, o uso de climatização todos os dias faz parte de 75% das famílias entrevistadas. Uma média extremamente alta considerando que o uso de climatização está diretamente ligado à falta de um projeto arquitetônico adequado ao local onde a edificação foi construída. Um consumo que poderia ser diminuído.


Ao tratar sobre alto consumo de energia elétrica nas residências por climatização, países desenvolvidos já estão com metas claras que envolvem redução gradual no consumo de energia e regras para aprovação de projetos arquitetônicos que comprovem índices elevados de eficiência energética. Um exemplo é a Diretiva 2010/31/UE de desempenho energético dos edifícios da União Européia, visando a renovação, até 2050, do parque de edifícios residenciais e não residenciais em um parque imobiliário descarbonizado e de elevada eficiência energética. Esse modelo de edificações eficientes você pode conhecer aqui em nosso blog.


Estamos no caminho para atingir zero emissões?


Não. Por enquanto os compromissos assumidos pelos governos estão muito aquém do que é necessário. Chegar ao objetivo NET-ZERO exige que todos os governos reforcem as suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) e tomem medidas ousadas e imediatas para reduzir agora as emissões. O Pacto Climático de Glasgow apelou a todos os países para que revisitassem as metas para 2030 até ao final de 2022, mas apenas 24 planos foram apresentados até Setembro de 2022. O Brasil enviou sua NDC no dia 03 de novembro, às vésperas do relatório da COP28. Na atual versão, o limite de emissões é de 1,32 GtCO2e (gigatoneladas ou bilhões de toneladas de CO2 equivalente) para 2025 e 1,20 GtCO2e para 2030.


Os sete principais emissores (China, EUA, Índia, Europa, Indonésia, Rússia e Brasil) foram responsáveis ​​por cerca de metade das emissões globais de gases com efeito de estufa em 2020.


Como o mundo vai pagar a conta?


A adaptação às consequências climáticas protege pessoas, casas, empresas, meios de subsistência, infraestrutura e ecossistemas. Abrange os impactos atuais e prováveis no futuro. A adaptação é necessária em todos os lugares, mas deve ser priorizada agora para as pessoas mais vulneráveis e com menos recursos para lidar com os perigos climáticos.


O presidente da COP 28, Sultan Al Jaber, quer atingir a marca de US$ 100 bilhões no fundo para transição climática durante o encontro. A meta foi estabelecida durante a COP15 e esse fundo tem como prioridade ajudar nações menos favorecidas na transição climática.


O evento terá uma grande comitiva brasileira, que promete que o Brasil será um líder mundial da descarbonização, o que deverá abrir caminhos para políticas de incentivo de curto, médio e longo prazo nos próximos anos.


Aqui na LABZEB somos especialistas em projetar com metodologias de simulação computacional que garantem uma arquitetura com maior eficiência energética. Auxiliamos projetistas a utilizarem as vantagens da simulação computacional em seus projetos. Entre em contato.




Para apoiar a Campanha #AmbiçãoClimática também, compartilhe em suas redes sociais e marque o perfil oficial da @OnuBrasil, além de utilizar as hashtags #AmbiçãoClimática, #AçãoClimática e #MudançaClimática. Vamos juntos, mobilizar o maior número de pessoas e mudar este cenário atual!

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