Edificações de Balanço Energético Nulo - ou quase nulo - (Nearly Zero Energy Building) já são uma realidade e devem se tornar obrigatórias.
Um edifício de "balanço energético nulo" é aquele em que o consumo de energia elétrica dos seus usuários durante o período de 12 meses é igual a zero ou muito baixo, de acordo com limites pré estabelecidos.
Os primeiros edifícios visando balanço energético nulo do século XX foram projetos acadêmicos e experimentais produzidos na década de 1990 como edifícios energeticamente autônomos e sem conexão a uma rede de infraestrutura.
Nos anos seguintes surgiriam edifícios residenciais concentrados em cobrir sua demanda de aquecimento, tanto quanto possível, por meio de energia solar ou fontes renováveis ligadas a uma rede elétrica. A partir do ano 2000, o número de projetos visando o balanço energético nulo aumentou continuamente em diferentes climas, onde, combinado com novas tecnologias fotovoltaicas mais eficientes, levaram ao desenvolvimento de conceitos diferentes, abrangendo desde pequenas unidades residenciais até fábricas, distritos urbanos e comunidades inteiras com base em uma abordagem de balanço energético nulo.
O interesse no conceito é mundial e em vários países, subsidiar a energia solar incentiva o uso de matrizes fotovoltaicas, promovendo o desenvolvimento de edifícios autossuficientes em geração de energia. Mais da metade destes projetos construídos são residenciais, isto ocorre por duas razões principais: uma delas é que a maior parte dos edifícios em geral são residenciais; e a outra, pelo fato de que é em casa que os conceitos de economia de energia são mais facilmente percebidos pelos proprietários.
No contexto internacional a América do Norte e Europa são pioneiros na produção de edificações com balanço energético nulo devido, principalmente, a dependência de importação de energia, bem como a conscientização das mudanças climáticas e acordos de redução de emissões de carbono, principalmente na Europa central.
No cenário Europeu, a partir de 2020, os edifícios novos na Europa terão de ser “Nearly Zero Energy Buildings” (NZEB), ou seja, “edifícios de energia quase zero” . A Diretiva europeia para os edifícios, Energy Performance of Buildings Directive (EPBD), fala num edifício “com um desempenho energético muito elevado em que as necessidades de energia quase nulas ou muito pequenas deverão ser substituídas por energias renováveis”. Assim, como os demais edifícios, os NZEB têm necessidades energéticas e o primeiro passo é reduzi-las.
Conforme o relatório do EGBC (2017), as edificações NZEB podem ser classificadas de acordo com sua demanda e produção de energia renovável referente a cada edificação. A diferença entre o consumo de energia e a geração de energia reflete a meta das NZEBs, resultando em uma classificação de três modelos de edificações:
Conforme a International Energy Agency (IEA, 2015), uma edificação NZEB é uma edificação ligada à rede de infraestrutura elétrica que contribui com tanta energia para a rede à qual está conectada à medida que retira energia desta mesma rede, ou seja, não se trata de um edifício autônomo isolado, pelo contrário, é parte integrante de uma comunidade e sua rede de energia. Outra definição da IEA diz respeito ao uso obrigatório da geração de energia local através de fontes renováveis para um edifício ser considerado NZEB e possui balanço energético nulo.
Estudo desenvolvido por Aelenei et al (2017) em uma base de 30 edificações NZEB de diferentes países agrupa em três categorias as estratégias para um projeto de edificação de balanço energético nulo: Design Passivo, Eficiência Energética e Energias Renováveis; mostrados como círculos concêntricos, conforme apresentado na figura abaixo. Na figura os autores ilustram o primeiro princípio em uma edificação NZEB: reduzir a quantidade de energia necessária através do projeto arquitetônico passivos, mostrado como o círculo mais interno.
O conforto térmico e a eficiência energética dos edifícios são requisitos fundamentais para garantir sustentabilidade social, econômica e ambiental. Diversas medidas para aumentar e eficiência energética em edificações foram adotadas na Europa e os desafios relacionados às mudanças climáticas e escassez de recursos, revelam que ainda mais são necessárias.
Portanto, atualmente, na União Europeia, o alvo não é apenas a eficiência energética dos edifícios, mas também o consumo de energia e a redução dos gases do efeito estufa. Para o contexto brasileiros ressaltamos a necessidade de ampliação do cumprimento obrigatório das normas técnicas para edifícios, visando reduzir efetivamente o consumo de energia, onde a adoção de medidas passivas no projeto das edificações é crucial para alcançar resultados confiáveis.
O potencial de conservação de energia no setor de edificações no Brasil é grande, estimado em 30% no retrofit de edificações existentes e pode superar 50% em novas edificações concebidas desde a fase inicial do projeto voltadas à eficiência energética.
Considerando que o Brasil possui um enorme potencial de geração de energia fotovoltaica é viável o planejamento para edificações de consumo de energia nulo.
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