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Foto do escritorMarcos Vinícius de Lima

A popularização das esquadrias de alumínio

A versatilidade do alumínio permite sua utilização em diferentes segmentos de mercado, tais como: construção civil, transportes, eletricidade, bens de consumo, embalagens, máquinas e equipamentos, entre outros na vida cotidiana.



Resumo do artigo

  • Aproximadamente 80% do alumínio da construção civil está nas esquadrias (ABAL);

  • Dados da pesquisa de doutorado da pesquisadora Magda Reis apontam que a construção de Brasília foi um marco inicial importante para as esquadrias de alumínio no Brasil;

  • Preço baixo, rapidez de execução, leveza e durabilidade são os fatores de decisão de compra das esquadrias;

  • Questões como desempenho térmico e acústico não são levadas em consideração pela ampla maioria das construtoras.


Na construção civil, por exemplo, o alumínio é altamente utilizado em vários processos, e o principal uso se concentra nas esquadrias. Na Europa, o setor de esquadrias está dividido em três partes praticamente iguais: alumínio, madeira e PVC.


No Brasil, levantamento da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) constata que 80% do volume total do alumínio consumido na construção civil está nas esquadrias, ganhando cada vez mais espaço sobre a madeira e o aço.



Foto de Caco Carvalho, via Visualhunt.

Conforme estudo da pesquisadora Magda Reis, até a década de 1950 o uso do alumínio na construção civil no Brasil era praticamente inexistente. A construção de Brasília foi o grande marco inicial para a utilização do alumínio na arquitetura e na construção civil. Na década de 1960 as empresas que fabricavam alumínio aperfeiçoaram a tecnologia de extrusão, começando a desenvolver projetos mais arrojados. Em 1970, com a criação da Associação Brasileira de Alumínio (ABAL), há uma organização do setor, fomentando o crescimento de empresas que fornecem esquadrias em todo o país.


A significativa relação custo x benefício na utilização do alumínio por parte das construtoras fez com que sua adoção fosse unânime no país, rapidez de execução, leveza, durabilidade e preço acessível, essa combinação contribuiu para que as esquadrias de alumínio alcançassem lugar de destaque nos processos das construtoras que criam produtos visando maior margem de lucro em vendas cada vez mais rápidas. A respeito da qualidade das esquadrias, verifica-se aspectos relacionados à adequação quanto às condições de instalação; à facilidade de limpeza; à perfeição do funcionamento e da estanqueidade; fabricantes devem apresentar comprovação quanto à obediência às Normas Técnicas de desempenho, principalmente nos quesitos estanqueidade e resistência mecânica. Destaca-se que o desempenho térmico e acústico tem sido recente na história das esquadrias de alumínio. Somente após o endurecimento das regras da Norma de Desempenho 15.575 o setor se viu obrigado a acrescentar o conforto acústico em suas premissas, mesmo que em níveis irrisórios.


Quem influencia na compra?


Basicamente, arquitetos e profissionais dos departamentos de engenharia das construtoras.


A pesquisadora Magda Reis aponta a existência de uma fila de profissionais que influenciam na decisão de compra das esquadrias de alumínio para as construtoras. Os arquitetos representam os profissionais de maior influência na decisão de compra das esquadrias. Podem ser considerados como mais importantes, visto terem sido citados por 84,29% das empresas consultadas. Os departamentos de engenharia das construtoras representam a segunda posição de importância quanto à influência na decisão de compra das esquadrias; assim considerados por terem sido citados por 82,86% das empresas consultadas da amostra.


Quando o assunto é fiscalização e execução, as indústrias de esquadrias e os engenheiros das obras representam os profissionais de maior responsabilidade sobre a

aprovação da instalação das esquadrias. Podem ser considerados como mais importantes, visto terem sido citados por 100% das empresas consultadas na pesquisa.


Vantagens de sua utilização


VERSATILIDADE. Uma gama muito vasta de modelos e tipos para suprir os mais diferentes projetos e funcionalidades, podendo ser fabricados de forma "padrão" ou totalmente personalizados; suportam muitos tipos de vidros, como temperados, insulados, laminados e comuns.

PRATICIDADE. Material leve de ser transportado e trabalhado / instalado. Atendem bem sua funcionalidade com pouco material a ser fixado nas paredes, sem falar na durabilidade e facilidade de limpeza.

SUSTENTABILIDADE. Um material extremamente durável, o alumínio tem mais chances de reutilização do que outros materiais de esquadrias, pela sua durabilidade. Também, por se tratar de um material leve e eficiente, podemos elaborar modelos que tem maior entrada de luz natural aos ambientes.

DURABILIDADE. Em comparação a madeira tratadas e ferro, o alumínio tem o melhor custo benefício e apresentam uma excelente qualidade de acabamento. Resistente a ferrugem e corrosão, podendo também apresentar pinturas eletrostáticas aumentando ainda mais a longevidade das peças.

ISOLAMENTOS. São inúmeros modelos que podemos realizar para reduzir ruídos e isolar temperaturas externas as residências, como a aderência da utilização de vidros insulados e de espessuras que vão até 40mm. Para melhores eficiências térmicas as janelas podem oferecer barreiras térmicas de polímero.



Custo x Benefício para as construtoras


Os custos das esquadrias de alumínio representam, em média, 5,5% do custo total da obra, segundo as construtoras consultadas na amostra (REIS, 2007). Entretanto, verifica-se que, apesar da representatividade econômica de seus custos, as esquadrias de alumínio alcançaram lugar de destaque nos projetos de arquitetura dos edifícios em referência devido à significativa relação custo x benefício destes componentes; cujos aspectos determinantes são: maior leveza aliada à maior durabilidade e ao preço acessível.


Estes aspectos contribuíram também para que os resultados obtidos nesta pesquisa

indicassem a preferência pelo uso do alumínio para a fabricação de esquadrias. Isso demonstra uma realidade das construtoras do mercado brasileiro, a busca pelo custo mais baixo visando apenas o maior lucro no curto prazo, ou seja, maximizar o lucro no momento da venda do imóvel. Comprar um equipamento com preço baixo, facilidade de instalação e alta durabilidade, mas quanto ao uso e manutenção da edificação?


O alto custo energético para o usuário não entra nesta relação pois não interessa para as construtoras. Este cenário está mudando após a publicação da Norma de Desempenho 15.575 que passa a exigir dados de eficiência energética relativos a envoltória da edificação.

Modelo de esquadria que só possui 50% de iluminação máxima.

Um exemplo é a necessidade de esquadrias que permitam 100% do vão para iluminação dos dormitórios, uma demanda que precisou ser atendida com o passar o tempo. Os profissionais da construção civil, por sua vez, precisam desenvolver e ampliar o conhecimento acerca dos sistemas construtivos e dos materiais, de modo a promover a evolução dos níveis de qualidade das edificações ao longo da vida útil das mesmas.


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Referência:

REIS, Magda Netto dos. Esquadrias de Alumínio: análise dos critérios de escolha destes componentes em edifícios de apartamentos, padrão médio-alto, na cidade de São Paulo. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo), Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2011.

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